domingo, 10 de novembro de 2013

Como evitar animais peçonhentos - Parte II

Postagem do nosso mais novo autor colaborativo, o Samuel. Primeiramente nós o recebemos e agradecemos suas colaborações para com todos os leitores, muito obrigado! Segue a postagem:


Encontrou-se com uma serpente, e agora?


Vamos imaginar que você entra em sua barraca e vê a pontinha de um rabo escamado sumir dentro do seu saco de dormir... E agora?
Logo pensamos que é uma jararaca mortal, uma mamba negra sedenta por sangue. Mas, não é bem assim.

Os répteis em geral são animais de sangue frio e procuram locais aquecidos. O problema é que nós fornecemos esse ambiente. Temos de ter em mente que não fazemos parte do cardápio de uma serpente, mesmo de uma sucuri. Os relatos de ataques por serpentes são extremamente raros, lembrando que existe uma diferença entre ataque e acidente: O ataque se caracteriza por uma suposta predação, a serpente considera uma presa e tenta se alimentar. Já num acidente, a serpente está tentando se defender e acaba por usar as armas que possui disponíveis para tal finalidade (bote, veneno).


Nos meus mais de 10 anos de Butantan, em campo devo ter esbarrado com umas vinte serpentes, sendo que destas apenas cinco eram peçonhentas e nenhuma delas tentou me atacar. Sendo assim, a primeira coisa a se fazer quando encontrar uma serpente é cutuca-la para longe (lembrando que a distancia do bote de uma serpente é 1/3 do seu comprimento total).



Não tente identificar o animal por aquele famoso quadrinho com espessura da cauda, olhos em fenda, tipo de escama, e afins. Isso não funciona para os animais nativos do Brasil. Muitas serpentes não peçonhentas possuem um comportamento agressivo, podendo até mesmo morder ou dar botes - Sem falar no problema das corais falsas e verdadeiras. Estes fatores fazem com que seja extremamente difícil para um leigo identificar serpentes, tanto que o Instituto Butantan faz soros polivalentes para acidentes com vítimas de serpentes. Lembramos ainda que em caso de acidente nunca se deve fazer torniquete; pois, muitos venenos possuem uma ação necrosante e a concentração do mesmo num único local pode causar a perda do membro atingido. Não se deve administrar qualquer tipo de produto sobre o ferimento, isso pode causar infecções secundarias assim como não se deve cortar o local. E não se deve medicar o acidentado antes do atendimento médico adequado. A automedicação pode acabar mascarando os sintomas do acidente em si, principalmente o uso de bebidas alcoólicas. - Não fazer uso das mesmas.


Créditos ao autor, Samuel.


Cobras, serpentes, víboras... Está confuso(a)? Aprenda quem é quem no primeiro post desse especial:


Como evitar animais peçonhentos - Parte I

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